No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de uma
mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da
África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano,
incluindo-se aí a preservação das línguas.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas
que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação
de quilombos e a realização de batuques e calundus. (…)
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os
quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de escravos em geral
-, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam
gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e,
com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos.
Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África – como Matias Moreira,
residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos
negros.
(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da
Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.)
3. Marca a alternativa que está de acordo com o texto:
A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.
D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores.
E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre
alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da
África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano,
incluindo-se aí a preservação das línguas.
Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas
que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação
de quilombos e a realização de batuques e calundus. (…)
As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os
quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa – e, de resto, aos proprietários de escravos em geral
-, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam
gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e,
com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos.
Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África – como Matias Moreira,
residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos
negros.
(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da
Vida Privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. V1. P.341-342.)
3. Marca a alternativa que está de acordo com o texto:
A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.
D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores.
E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre
alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
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