1 Resposta
As fraturas de diáfíse de úmero são frequentes e representam três a cinco por cento das fraturas do corpo humano. Apresentam pico bimodal, ou seja, uma maior incidência entre a segunda e a terceira décadas de vida, e outra entre a sexta e a oitava décadas(1).
O úmero é um osso bem vascularizado e envolvido por diversos músculos, o que facilita o processo de consolidação. A grande maioria das fraturas diafisárias do úmero apresenta bons resultados com o tratamento conser(2-5). Os principais métodos de tratamento não cirúrgicos são: imobilização de Velpeau, pinça de confeiteiro, gesso toracobraquial, gesso pendente e órteses braquiais(2).
A abordagem cirúrgica é reservada para casos específicos: fraturas expostas(1,6), segmentares, patológicas, associadas à lesão vascular, bilateralidade(1,2), impossibilidade de corrigir um desvio angular maior do que 15º com a órtese funcional, presença de desvio rotacional, politraumatizados, falha óssea ou diástase no foco, obesidade, cotovelo flutuante, lesão nervosa e falha no tratamento conservador(1,2,6,7).
O tratamento cirúrgico envolve diferentes conceitos e técnicas. Os implantes utilizados podem prover estabilidade relativa ou absoluta ao traço de fratura. Diversos estudos comparam os resultados entre as placas de compressão - método consagrado na literatura que emprega a estabilidade absoluta - e as hastes intramedulares(1,2,6,8-11). Estas surgiram como opção terapêutica na década de 1980, valendo-se do princípio da estabilidade relativa.
Para o uso de estabilidade absoluta com compressão interfragmentária pelas placas de compressão, é necessária uma redução anatômica. Esta técnica apresenta algumas desvantagens: necessidade de exposição direta do foco de fratura associada à maior manipulação e lesão às partes moles; apresenta um risco maior de lesão do nervo radial; fixação pobre em osso osteoporótico; e uma maior demanda de tempo cirúrgico(3,6,11,12).
As hastes intramedulares usam o princípio de estabilidade relativa e são minimamente invasivas(2,12). Não expõem o hematoma da fratura(3,4,10) e há um risco menor de lesão nervosa(3). No entanto, têm como desvantagens a necessidade de utilização de intensificador de imagem, o posicionamento específico do paciente(13) e o risco de nova fratura ao se inserir a haste retrógrada(6,11).
Na técnica de inserção das hastes, a articulação adjacente é invadida, o que pode levar à dor e à rigidez. As hastes de inserção anterógrada apresentam risco de lesão do manguito rotador e as hastes retrógradas de rigidez do cotovelo, maior taxa de não consolidação da fratura(3,6,7,11,13).
Recentemente, com a procura por técnicas minimamente invasivas, uma nova opção terapêutica surgiu para o tratamento dessas fraturas: as placas em ponte(14,15). A técnica une a facilidade de manuseio das placas com o princípio de estabilidade relativa das hastes. Embora ainda existam poucos estudos, os primeiros resultados são muito satisfatórios.
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