CARTA DE CAMINHA O escrivão Pero Vaz de Caminha era o responsá...

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CARTA DE CAMINHA O escrivão Pero Vaz de Caminha era o responsável por registrar aspectos do dia a dia dos navegantes da esquadra liderada pelo capitão Pedro Álvares Cabral, que aportou, em 1500, nas terras que hoje fazem parte do Brasil. A carta que escreveu sobre o "achamento das novas terras é o primeiro texto oficial a retratar nosso território aos olhos de sua metrópole. Tinha como destinatario D. Manuel, o rei de Portugal, e era um documento importante para o patrocinador das custosas aventuras marítimas. Leia, a seguir, um trecho desse documento e observe como foi registrado o contato dos nativos com os europeus. Foi o Capitão com alguns de nós um pedaço por este arvoredo até um ribeiro grande, e de muita água, que ao nosso parecer é o mesmo que vem ter à praia, em que nós tomamos água. Ali descansamos um pedaço, bebendo e folgando, ao longo dele, entre esse arvoredo que é tanto e tamanho e tão basto e de tanta qualidade de folhagem que não se pode calcular. Há lá muitas palmeiras, de que colhemos muitos e bons palmitos, Ao sairmos do batel, disse o Capitão que seria bom irmos em direitura à cruz que estava encostada a uma árvore, junto ao rio, a fim de ser colocada amanhã, sexta-feira, e que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos para eles verem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá-la. Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não tem nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. E imprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a homens bons. E o Ele nos para aqui trazer creio que não foi sem causa. E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim! CAMINHA, Pero Vaz de. Disponível em: Acesso em: 29 abr. 2020. (Fragmento). 154) O relato oferece algumas informações sobre a maneira como os indígenas agiam em relação aos portugueses. 1. transcreva o trecho que dá a entender que caminha desconsidera qualquer possibilidade de existência de uma religiosidade própria entre os nativos.

2. de que maneira o escrivão justifica a necessidade de implantação do projeto religioso português?​

1 Resposta

Trecho que indica a desconsideração da religiosidade nativa:

O trecho que mostra como Pero Vaz de Caminha desconsidera a possibilidade de uma religiosidade própria dos nativos é o seguinte:

"Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não tem nem entendem crença alguma, segundo as aparências."

Neste trecho, Caminha sugere que os indígenas não possuíam uma crença própria, o que ele interpreta como uma "inocência" e uma "simplicidade" que, segundo ele, os tornaria facilmente receptivos à fé cristã.

Justificativa da necessidade de implantação do projeto religioso português:

Pero Vaz de Caminha justifica a necessidade de conversão dos indígenas à fé cristã como uma extensão da missão de D. Manuel, rei de Portugal, de expandir a fé católica. Ele acredita que, pela simplicidade e abertura dos nativos, seria possível "imprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar," especialmente a crença cristã. Caminha vê os indígenas como receptivos e subservientes ao projeto religioso português e sugere que a missão espiritual se encaixaria na "santa tenção de Vossa Alteza," promovendo a salvação dos nativos e fortalecendo o papel de Portugal como difusor do cristianismo:

"E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles."

Caminha entende a colonização e a conversão dos nativos como uma responsabilidade cristã de D. Manuel, associando a "simples" disposição dos indígenas à oportunidade de realizá-la facilmente, com "pouco trabalho," reforçando a visão de uma "missão civilizadora" portuguesa.

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