O poder no Estado Absolutista     No texto abaixo, o historiad...

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O poder no Estado Absolutista     No texto abaixo, o historiador inglês Perry Anderson contesta a ideia de que a consolidação dos Estados absolutistas promoveu uma ruptura com o feudalismo. Para ele, as mudanças modificaram o panorama sociopolítico da Europa, mas mativeram as estruturas de dominação.

    “ As monarquias absolutas introduziram os exércitos regulares, uma burocracia permanente, o sistema tributário nacional, a codificação do direito e os primórdios de um mercado unificado. Todas essas características parecem ser eminentemente capitalistas. Uma vez que elas coincidem com o desaparecimento da servidão, [...] as descrições do absolutismo [...] como um sistema de Estado correspondente a um equilíbrio entre burguesia e a nobreza – ou mesmo a uma dominação  direta do capital – sempre pareceram plausíveis. No entanto, um estudo mais detido das estruturas do Estado absolutista no Ocidente invalida inevitavelmente tais juízos. Pois o fim da servidão não significou aí o desaparecimento das relações feudais no campo. A identificação de um com o outro é um erro comum. Contudo, é evidente que a coerção extraeconômica privada, a dependência pessoal e a associação do produtor direto com os instrumentos de produção não se desvanecem necessariamente quando o sobreproduto rural deixou de ser extraído na forma de trabalho ou prestações em espécie e se tornou renda em dinheiro: enquanto a propriedade agrária aristocrática impedia um mercado livre na terra e a mobilidade efetiva do elemento humano – em outras palavras, enquanto o trabalho não foi separado de suas condições sociais de existência para se transformar em ‘força de trabalho’ - , as relações de produção rurais permaneciam feudais. [...]

    Os senhores que permaneceram proprietários dos meios de produção fundamentais em qualquer sociedade pré-industrial eram, certamente, os nobres terratenentes. Durante toda a fase inicial da época moderna, a classe dominante econômica e politicamente era, portanto, a mesma da época medieval: a aristocracia feudal. Essa nobreza passou por profundas metamorfoses nos séculos que se seguiram ao fim da Idade Média, mas desde o princípio até o fim da história do absolutismo nunca foi desalojada de seu domínio do poder político.

    As alterações nas formas de exploração feudal sobrevindas no final da época medieval estavam, naturalmente, longe de serem insignificantes. Na verdade, foram precisamente essas mudanças que modificaram as formas do Estado. Essencialmente, o absolutismo era apenas isto:  um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição social tradicional[...]. Em outras palavras, o Estado absolutista nunca foi árbitro entre a aristocracia e a burguesia, e menos ainda um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de uma nobreza atemorizada.” ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado absolutista.3.ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. p. 16-18. 

Compreendendo o texto – questões

1. Segundo o autor, qual era a classe social dominante no Estado absolutista? Justifique.

2. Que mudanças e permanências o autor identifica para justificar a ideia da predominância desse grupo social no poder?

3. Como o autor caracteriza o Estado absolutista? Qual seria sua função?

1 Resposta

Mycheltralha

A Nobreza era a classe social dominante no estado absolutista, visto que o absolutismo citado remete à Idade Moderna, não à medieval; porém ainda assim a Nobreza tinha papel protagonista no início.

Os nobres eram proprietários das terras, fonte de riqueza que contribuía diretamente para o Estado Absolutista. Aos poucos a burguesia foi emergindo e a nobreza foi perdendo seu status.

O Clero também exercia grande poder no Estado Absolutista, pois a religião influenciava diretamente a opinião pública e legitimava o poder absoluto dos reis.

Para mais sobre o tema:


Segundo o autor,qual era a classe social dominante no estado absolutista?  justifique
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