1. Qual a intenção de quem produz textos argumentativos? 2. Que gêneros textuais costumam encaixar-se
nessa tipologia? 3. O que é tese? 4. O que são argumentos? 5. O que é proposta de intervenção?
6. Leia o texto abaixo, de Luisa Sousa Leite, disponível no documento A redação do Enem 2019 – Cartilha
do Participante, p. 35, e destaque: a tese, os argumentos e a proposta de intervenção.
O tema abordado em 2018 foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na
internet”.
A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada na segunda metade do século XX, inaugurou
inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. Embora esse movimento de modernização
tecnológica tenha sido fundamental para democratizar o acesso a ferramentas digitais e a participação nas
redes sociais, tal processo foi acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do
controle de dados efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de informações
privadas de internautas pode induzi-los a adotar comportamentos intolerantes ou a aderir a posições
políticas, é imprescindível buscar alternativas que inibam essa manipulação comportamental no Brasil.
A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de tecnologia contribui
para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em consonância com a filósofa Hannah Arendt,
pode-se considerar a diversidade como inerente à condição humana, de modo que os indivíduos deveriam
estar habituados à convivência com o diferente. Todavia, a filtragem de informações efetivada pelas redes
digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de vista, uma vez que os
algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com o perfil do internauta. Observam-se, por
consequência, restrições ao debate e à confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a
segmentação da comunidade virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convivência com a diferença,
conforme defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a discriminação.
Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é veiculado em sites
favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em vista que os servidores de redes
sociais como “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de usuários com base nas páginas por eles visitadas,
torna-se possível a identificação das tendências de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa
informação, as empresas de tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclusive daquelas de
procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou, ainda, de modificá-
las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se, assim, a possibilidade de manipulação
ideológica na rede.
Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais por empresas de
tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de caráter punitivo às companhias que
utilizarem dados privados para a filtragem de conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da
criação de uma legislação específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações
do uso indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evitar a manipulação
comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para otimizar a experiência dos
brasileiros na internet.
nessa tipologia? 3. O que é tese? 4. O que são argumentos? 5. O que é proposta de intervenção?
6. Leia o texto abaixo, de Luisa Sousa Leite, disponível no documento A redação do Enem 2019 – Cartilha
do Participante, p. 35, e destaque: a tese, os argumentos e a proposta de intervenção.
O tema abordado em 2018 foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na
internet”.
A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada na segunda metade do século XX, inaugurou
inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. Embora esse movimento de modernização
tecnológica tenha sido fundamental para democratizar o acesso a ferramentas digitais e a participação nas
redes sociais, tal processo foi acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do
controle de dados efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de informações
privadas de internautas pode induzi-los a adotar comportamentos intolerantes ou a aderir a posições
políticas, é imprescindível buscar alternativas que inibam essa manipulação comportamental no Brasil.
A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de tecnologia contribui
para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em consonância com a filósofa Hannah Arendt,
pode-se considerar a diversidade como inerente à condição humana, de modo que os indivíduos deveriam
estar habituados à convivência com o diferente. Todavia, a filtragem de informações efetivada pelas redes
digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de vista, uma vez que os
algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com o perfil do internauta. Observam-se, por
consequência, restrições ao debate e à confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a
segmentação da comunidade virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convivência com a diferença,
conforme defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a discriminação.
Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é veiculado em sites
favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em vista que os servidores de redes
sociais como “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de usuários com base nas páginas por eles visitadas,
torna-se possível a identificação das tendências de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa
informação, as empresas de tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclusive daquelas de
procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou, ainda, de modificá-
las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se, assim, a possibilidade de manipulação
ideológica na rede.
Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais por empresas de
tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de caráter punitivo às companhias que
utilizarem dados privados para a filtragem de conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da
criação de uma legislação específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações
do uso indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evitar a manipulação
comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para otimizar a experiência dos
brasileiros na internet.
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