Cirurgias plásticas, tratamentos diversos, exercícios físicos em excesso e uma infinidade de cosméticos. Eles prometem ajudar na ‘busca pela perfeição’ e escravizam milhões de mulheres, jovens e adolescentes todos os dias. Quando isso torna-se uma obsessão, o fim pode ser trágico. Até que ponto a busca pelo corpo perfeito é válida? Joana Vilhena, Coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social (LIPIS) da PUC-Rio, acredita que a sociedade atual influencia diretamente nesse comportamento das pessoas. Parte da culpa pelos excessos vem da mídia. Segundo ela, a todo tempo são veiculados na televisão, em jornais e revistas estereótipos e corpos perfeitos, que acabam por impor esses modelos à sociedade. O sedutor mercado da beleza atrai, a cada dia, mais pessoas com a promessa de soluções para todo e qualquer deslize da natureza ou castigo do tempo. A anorexia e a bulimia também fazem parte da lista das doenças que sofrem influência da "beleza imposta". Em ambas as patologias, o desejo de emagrecer e uma visão distorcida do corpo são características comuns. Na anorexia, o doente perde muito peso, pois se recusa a comer, a manter o peso médio devido a uma distorção que ele tem da própria imagem, ficando abaixo do indicado pelos médicos. As pessoas anoréxicas apresentam um medo enorme de engordar, mesmo estando extremamente magras. A bulimia tem uma característica diferente. Nela, a pessoa não perde peso. Ela come em demasia, e logo depois utiliza métodos como vômitos auto induzidos, laxantes e diuréticos e pratica exercícios exaustivamente devido ao medo exagerado de engordar. Mas esse não é o único problema; a falta dos nutrientes causa distúrbios fisiológicos, levando à desnutrição, insuficiência renal e a complicações cardíacas. Os julgamentos em torno “do corpo perfeito” são cada vez mais severos. Tolera-se cada vez menos e isso vem acompanhado de uma avaliação moral muito depreciativa àqueles que não cuidam da própria estética. Moralizar a beleza é dizer que quem não cuida do próprio corpo é desleixado, sem caráter. Também com o desenvolvimento de técnicas de emagrecimento e o aumento do número de cirurgias plásticas, o imediatismo se sobrepôs ao sacrifício e às muitas horas de malhação. Para Sérgio Levy, cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional do Rio de Janeiro, as pessoas recorrem às cirurgias não só para se sentirem satisfeitas com a própria forma física. Elas não querem só estar bem consigo mesmas, acham que a cirurgia pode resolver o problema matrimonial, o problema de emprego – afirma. Ainda segundo ele, a perfeição não é algo que se possa alcançar em uma mesa de cirurgia. - Quando a pessoa fica procurando muito a perfeição, o resultado nunca é bom porque ela vai ficar insatisfeita sempre. É muito difícil obter o resultado exato que o paciente quer. O perfeito não existe. De acordo com a psicóloga Joana Vilhena, a ditadura estética da magreza é um fenômeno social dentro da cultura do culto ao corpo, sendo um dos elementos da sociedade de consumo. Junto às promessas de belas curvas está o lucro da indústria de beleza, que movimenta bilhões ao ano. - Essa indústria cosmética é a da perfumaria, do culto ao corpo, que inclui cremes, regimes, produtos light, diets, lipoaspirações, academias de ginástica. É uma indústria pesada que investe na sensação que o sujeito tem de poder saciar ou sancionar o mal-estar que ele sente quando não está adequado aos padrões sociais. Ela também ressalta que hoje os produtos cosméticos não são mais considerados supérfluos, e a beleza é apreciada como um artigo de primeira necessidade. Essa procura desmedida pelo corpo ideal traz outro problema. Para Levy, as pessoas esquecem que um ter uma silhueta invejável não é necessariamente sinônimo de saúde. - Devemos nos preocupar em encontrar um equilíbrio. Acredito na busca de um bem-estar para o corpo como um todo, não esquecendo da saúde mental. Ser sadio não é simplesmente ter um corpo sem doenças, bem torneado e magro, é sim, uma combinação do sentir-se bem consigo mesmo e com aquilo que faz... Levy acredita que parte das pessoas que tornam a beleza um vício precisam de um acompanhamento médico. Segundo ele, elas colocam a culpa da infelicidade nos possíveis defeitos físicos. - Elas acreditam que sua incompetência em ser feliz é culpa do nariz, que acham grande; ou da gordura, que acham em excesso. Nesses casos, é recomendável encaminhar a paciente a um terapeuta – conclui. Outro agravante é o número de vítimas que morrem por dia, devido a complicações em cirurgias de estéticas.tire do texto
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pf me ajudem é urgente
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1 Resposta
Ditadura é uma palavra que funciona no título como uma imposição (sendo assim, a imposição da estética, do belo). O título também enfatiza a busca que é influenciada por essa ditadura já que o texto em si explica toda essa trajetória de motivos e consequências da busca pela beleza.
(minha resposta sem termos técnicos desculpe)
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