Leia o texto e responda às questões a seguir: Inimigos
O apelido de Maria Teresa, para o Norberto, era “Quequinha”. Depois do casamento sempre
que queria contar para os outros uma de sua mulher, o Norberto pegava sua mão
carinhosamente, e começava:
— Pois a Quequinha...
E a Quequinha, dengosa, protestava.
— Ora, Beto!
Com o passar do tempo, o Norberto deixou de chamar a Maria Teresa de Quequinha. Se ela
estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
— A mulher aqui...
Ou, às vezes:
— Esta mulherzinha...
Mas nunca mais Quequinha.
(O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca em
silêncio. O tempo usa armas químicas.)
Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”.
— Ela odeia o Charles Bronson.
— Ah, não gosto mesmo.
Deve-se dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chamasse de Ela, ainda usava um vago
gesto da mão para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer “essa aí” e a apontar com o queixo.
— Essa aí...
E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém.
(O tempo, o tempo. O tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa,
depois a outra...)
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na sua direção. Faz
um meneio de lado com a cabeça e diz:
— Aquilo...
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Novas Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996.
a) Identifique e classifique os pronomes empregados por Norberto para se referir à esposa.
b) O texto faz referência às transformações no relacionamento de um casal com o passar do
tempo. De que maneira o uso dos pronomes contribui para a construção do efeito de humor
que se pode observar neste texto?
c) O texto acima é narrativo? Justifique sua resposta.
d) Quais os personagens da historia?
e) O texto acima está em prosa. O que é um texto em prosa?
f) Quantos parágrafos tem o texto?
e) Do que se trata a historia?
O apelido de Maria Teresa, para o Norberto, era “Quequinha”. Depois do casamento sempre
que queria contar para os outros uma de sua mulher, o Norberto pegava sua mão
carinhosamente, e começava:
— Pois a Quequinha...
E a Quequinha, dengosa, protestava.
— Ora, Beto!
Com o passar do tempo, o Norberto deixou de chamar a Maria Teresa de Quequinha. Se ela
estivesse ao seu lado e ele quisesse se referir a ela, dizia:
— A mulher aqui...
Ou, às vezes:
— Esta mulherzinha...
Mas nunca mais Quequinha.
(O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca em
silêncio. O tempo usa armas químicas.)
Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”.
— Ela odeia o Charles Bronson.
— Ah, não gosto mesmo.
Deve-se dizer que o Norberto, a esta altura, embora a chamasse de Ela, ainda usava um vago
gesto da mão para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer “essa aí” e a apontar com o queixo.
— Essa aí...
E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém.
(O tempo, o tempo. O tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa,
depois a outra...)
Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na sua direção. Faz
um meneio de lado com a cabeça e diz:
— Aquilo...
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Novas Comédias da vida privada. Porto Alegre: L&PM, 1996.
a) Identifique e classifique os pronomes empregados por Norberto para se referir à esposa.
b) O texto faz referência às transformações no relacionamento de um casal com o passar do
tempo. De que maneira o uso dos pronomes contribui para a construção do efeito de humor
que se pode observar neste texto?
c) O texto acima é narrativo? Justifique sua resposta.
d) Quais os personagens da historia?
e) O texto acima está em prosa. O que é um texto em prosa?
f) Quantos parágrafos tem o texto?
e) Do que se trata a historia?
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