Leia o trecho a seguir: Ela era gorda, baixa, sardenta e de ca...

Leia o trecho a seguir:

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Com base na leitura do fragmento, assinale a alternativa que traz uma informação implícita:

A
A narradora gostava mais de cartões-postais do que de livros.

B
A narradora tinha um pai dono de livraria.

C
A colega da narradora lia todos os livros da loja do pai.

D
A narradora preferiria receber livros de presente de aniversário, no lugar de cartões-postais.

Leia o trecho a seguir do conto “A viagem”:

A estrada ia entre campos e ao longe, às vezes, viam-se serras. Era o princípio de Setembro e a manhã estendia-se através da terra, vasta de luz e plenitude. Todas as coisas pareciam acesas. E, dentro do carro que os levava, a mulher disse ao homem: — É o meio da vida. Através dos vidros, as coisas fugiam para trás. As casas, as pontes, as serras, as aldeias, as árvores e os rios fugiam e pareciam devorados sucessivamente. Era como se a própria estrada os engolisse. Surgiu uma encruzilhada. Aí viraram à direita. E seguiram. — Devemos estar a chegar – disse o homem. E continuaram. Árvores, campos, casas, pontes, serras, rios, fugiam para trás, escorregavam para longe. A mulher olhou inquieta em sua volta e disse: — Devemos estar enganados. Devemos ter vindo por um caminho errado. — Deve ter sido na encruzilhada – disse o homem, parando o carro. — Viramos para o Poente, devíamos ter virado para o Nascente. Agora temos de voltar até a encruzilhada. A mulher inclinou a cabeça para trás e viu quanto o Sol já subira no céu e como as coisas estavam a perder devagar a sua sombra. Viu também que o orvalho já secara nas ervas da beira da estrada. — Vamos: — disse ela. O homem virou o volante, o carro deu meia volta na estrada e voltaram para trás.

Nesse trecho, em que se mostram as dificuldades das personagens para chegar ao lugar pretendido, a frase que marca a passagem do tempo enquanto elas estão perdidas é:

A
“O homem virou o volante, o carro deu meia volta na estrada e voltaram para trás”.

B
“o Sol já subira no céu e como as coisas estavam a perder devagar a sua sombra”.

C
“Agora temos de voltar até a encruzilhada”.

D
“Era o princípio de Setembro e a manhã estendia-se através da terra, vasta de luz e plenitude”.

1 Resposta

"... viu quanto o Sol já subira no céu e como as coisas estavam a perder devagar a sua sombra. Viu também que o orvalho já secara nas ervas da beira da estrada."

creio que seja essa parte

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