É um assalto! O AssaltoCarlos Drummond de Andradee, a gorda se...

É um assalto! O Assalto
Carlos Drummond de Andrade
e, a gorda senhora protestou a altos brados contra o preço do chuchu:
um rebuliço. Os que estavam perto fugiram. Alguém, correndo, foi chamar o
Um minuto depois, a rua inteira, atravancada, mas provida de um admirável
de comunicação espontânea, sabia que se estava perpetrando um assalto ad
Mas que banco? Havia banco naquela rua? Evidente que sim, pois do contrário
deria ser assaltado?
ssalto! Um assalto! - a senhora continuava a exclamar, e quem não tinh
, escutou, multiplicando a notícia. Aquela voz subindo do mar de barracas
era como a própria sirena policial, documentando, por seu uivo, a ocorrên
de fatalmente se estaria consumando ali, na claridade do dia, sem
pudesse evitá-la.
de carrinho corriam em todas as direções, atropelando-se uns aos ou
salvar as mercadorias que transportavam. Não era o instinto de proprie
pelia. Sentiam-se responsáveis pelo transporte. E no atropelo da
asgavam-se, melancias rolavam, tomates esborrachavam-se no asfal
ñno de ninguém; é de qualquer um, inclusive do transpo​