O Simbolismo brasileiro do início do século XX é marcado por uma estrutura metafórica (deslocamento) e metonímica (condensação) de significação, tal qual proposto por Freud em seu célebre trabalho A interpretação dos sonhos (1900). Além disso, o tema do onírico é intensamente presente nesse estilo. Pensando nessa relação, veja um poema de Alphonsus de Guimaraens, intitulado "A catedral":
Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Com base na teoria freudiana sobre o inconsciente, assinale a alternativa que apresenta a interpretação mais adequada a respeito desse poema.
A. O poema é uma ode à pulsão de morte (thanatos), uma vez que o autor expressa poeticamente um sonho que predestina sua morte por meio da "catedral ebúrnea do meu sonho/ Afunda-se no caos do céu medonho/ como um astro que já morreu/ E o sino chora em lúgubres responsos/ Pobre Alphonsus!".
B. A catedral, no texto poético de Alphonsus, parece simbolizar, por deslocamento, a repressão religiosa da pulsão erótica do eu lírico, que se confunde com o autor. Por outro lado, há o conteúdo latente apresentado de forma condensada, que é "a cabeleira ruiva que vem açoitar o rosto meu", representando justamente essa pulsão erótica reprimida que busca irromper como um raio, tal qual ocorre no trabalho simbólico do sonho.
C. O poema expressa a repressão da pulsão erótica por meio do trecho "O astro glorioso segue a eterna estrada./ Uma áurea seta lhe cintila em cada/ Refulgente raio de luz./ A catedral ebúrnea do meu sonho, /Onde os meus olhos tão cansados ponho,/ Recebe a bênção de Jesus. /E o sino clama em lúgubres responsos:/ "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!".
D. A catedral, no texto poético de Alphonsus, parece simbolizar, por deslocamento, a estrutura psicótica do eu lírico, que se confunde com o autor, uma vez que não se sabe se está acordado ou dormindo. Por outro lado, há o conteúdo latente apresentado de forma condensada, que é "a catedral", representando sua pulsão de morte.
E. A catedral, no texto poético de Alphonsus, parece simbolizar, por deslocamento, a estrutura neurótica obsessivo-compulsiva do eu lírico, que se confunde com o autor, uma vez que não se sabe se está acordado ou dormindo. Por outro lado, há o conteúdo latente apresentado de forma condensada, que é "o céu medonho", representando sua pulsão de morte.
Entre brumas ao longe surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Com base na teoria freudiana sobre o inconsciente, assinale a alternativa que apresenta a interpretação mais adequada a respeito desse poema.
A. O poema é uma ode à pulsão de morte (thanatos), uma vez que o autor expressa poeticamente um sonho que predestina sua morte por meio da "catedral ebúrnea do meu sonho/ Afunda-se no caos do céu medonho/ como um astro que já morreu/ E o sino chora em lúgubres responsos/ Pobre Alphonsus!".
B. A catedral, no texto poético de Alphonsus, parece simbolizar, por deslocamento, a repressão religiosa da pulsão erótica do eu lírico, que se confunde com o autor. Por outro lado, há o conteúdo latente apresentado de forma condensada, que é "a cabeleira ruiva que vem açoitar o rosto meu", representando justamente essa pulsão erótica reprimida que busca irromper como um raio, tal qual ocorre no trabalho simbólico do sonho.
C. O poema expressa a repressão da pulsão erótica por meio do trecho "O astro glorioso segue a eterna estrada./ Uma áurea seta lhe cintila em cada/ Refulgente raio de luz./ A catedral ebúrnea do meu sonho, /Onde os meus olhos tão cansados ponho,/ Recebe a bênção de Jesus. /E o sino clama em lúgubres responsos:/ "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!".
D. A catedral, no texto poético de Alphonsus, parece simbolizar, por deslocamento, a estrutura psicótica do eu lírico, que se confunde com o autor, uma vez que não se sabe se está acordado ou dormindo. Por outro lado, há o conteúdo latente apresentado de forma condensada, que é "a catedral", representando sua pulsão de morte.
E. A catedral, no texto poético de Alphonsus, parece simbolizar, por deslocamento, a estrutura neurótica obsessivo-compulsiva do eu lírico, que se confunde com o autor, uma vez que não se sabe se está acordado ou dormindo. Por outro lado, há o conteúdo latente apresentado de forma condensada, que é "o céu medonho", representando sua pulsão de morte.
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